HISTÓRIA E CULTURA INDÍGENA: Relato de experiência sobre a viagem de estudo na aldeia indígena Amondawa
Diana da Silva Ribeiro
Graduada em História. Mestranda PPGECH/UFAM
RESUMO: Este resumo vem relatar a experiência da viagem de estudo na aldeia indígena Amondawa, em Mirante da Serra, Rondônia, um trabalho coletivo desenvolvido pela equipe de monitores e estudantes da Escola Família Agrícola Vale do Guaporé, no mês de outubro de 2019, junto à comunidade indígena Amondawa. A viagem de estudo faz parte do plano de formação das EFAs, o projeto teve como principal objetivo conhecer a história e cultura indígena. Como metodologia, a equipe de monitores, os estudantes do 1º e 3º ano do ensino médio integrado com o curso técnico em agropecuária e a comunidade indígena, desenvolveram diversas atividades como: diálogos, trocas de experiências, rodas de conversa, apresentação da vida dos Amondawas, apresentação de música e dança indígena, nas quais todos participaram com alegria. Os resultados desta experiência foram enriquecedores para os envolvidos.
PALAVRAS-CHAVE: Viagem de Estudo. Aldeia indígena Amondawa. Escola Família Agrícola Vale do Guaporé. História e cultura indígena.
INTRODUÇÃO
O estudo sobre a história e cultura indígena é importante para a Escola e para a sociedade em geral. Nesse processo, ir até o encontro do outro, sentir a sua realidade, escutar suas histórias, narrativas, é fundamental para compreender a partir de uma nova perspectiva. A história “é uma vasta experiência de variedades humanas, um longo encontro dos homens. A vida, como a ciência, tem tudo a ganhar se esse encontro for fraternal” (Bloch, 2011, p.128).
A interação entre conteúdos, práticas, vivências comunitárias é o que torna a aprendizagem prazerosa e significativa, “para que a nossa aprendizagem seja realmente significativa e crítica ela deve ser transformadora, criadora de uma nova realidade, inspirar a criação de outros mundos possíveis.” (Gadotti, 2019, p. 53). Assim pensada, a escola se torna um espaço importante para a humanização da vida e compreensão de realidades distintas, com uma opção fundamentada na visão crítica do mundo.
Na Escola Família Agrícola Vale do Guaporé as viagens de estudo fazem parte de um conjunto, que prioriza esta visão crítica. Assim, foi pensada uma viagem de estudo e o local escolhido foi a aldeia indígena Amondawa, em Mirante da Serra/Rondônia, no intuito de adquirir conhecimentos, aprender com os saberes de povos ancestrais a história contada a partir da perspectiva deles.
Chegada na aldeia: Na chegada no território indígena, na madrugada do dia 26/10/2019 priorizou-se a acolhida feita pelos Amondawas, com um delicioso jantar preparado por eles. Em seguida, a equipe de monitores e estudantes foram conduzidos pelos indígenas para o espaço da FUNAI, localizado na aldeia, onde dormiram no local.
1º Encontro: Conhecendo a aldeia- Ao amanhecer do dia 26/10/2019, após um café partilhado com a comunidade, optou-se por conhecer a aldeia, a biodiversidade existente, que foi apresentada pelos Amondawas.
2° Encontro: Rodas de conversa- Em um segundo momento, optou-se pelas rodas de conversa, diálogo, escuta dos saberes e da história dos Amondawas. Foram feitas entrevistas pelos estudantes e monitores.
3º Encontro: Cultura indígena- Neste terceiro momento, os povos indígenas mostraram onde vivem, apresentando artefatos, flechas, peças, artesanatos, objetos confeccionados na aldeia, como é feita a farinha, relatando também as suas práticas e histórias de vida. Depois todos foram conduzidos para a casa da associação indígena, onde houve apresentação de músicas e danças que fazem parte da cultura dos Amondawas e, no final do dia 26/10/2019 a equipe retornou para a Escola Família Agrícola, localizada na BR 429 km 65 Linha 20 Km 3,5, no município de São Francisco do Guaporé/RO.
RESULTADOS ALCANÇADOS
As atividades desenvolvidas superaram as expectativas dos monitores, estudantes e da comunidade indígena. Foi um momento enriquecedor, cujas experiências marcaram muito, permitindo assim conhecer a história contada pelos povos que a constroem. “O princípio pedagógico fundamental da EFA segundo o qual a vida educa mais que a escola, portanto, se concretizou” (Nosella, 2014, p.97).
Figura 1 e 2 – Fotos de construções indígenas
Figura 3 e 4 – Fotos dos estudantes e monitores em diálogo com o Cacique
Figuras 5 e 6 – Fotos dos estudantes, monitores e os Amondawas
Figuras 7 e 8 – Fotos da apresentação de música e dança indígena
Fonte: Arquivo pessoal
As imagens acima refletem as experiências vivenciadas na aldeia indígena Amondawa. “A diversidade dos testemunhos históricos é quase infinita. Tudo o que o homem diz ou escreve, tudo que fabrica, tudo que toca pode e deve informar sobre ele”. (Bloch, 2001, p. 79).
CONCLUSÕES
Após a viagem de estudo, no retorno às atividades da Escola Família Agrícola Vale do Guaporé, foi discutido em sala de aula a temática da história e cultura dos povos Amondawas, de forma transversal, entre as disciplinas do curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio. A viagem foi muito importante para a escola e para a comunidade indígena, sendo que nesse processo teoria e prática propiciaram uma aprendizagem significativa.
AGRADECIMENTOS
Aos estudantes, aos monitores, a todos/as que fazem parte da Escola Família Agrícola Vale do Guaporé. À comunidade indígena Amondawa, que enriqueceu este trabalho com os seus saberes ancestrais.
REFERÊNCIAS
BLOCH, Marc. Apologia da História, ou oficio do historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001
GADOTTI, Moacir. A escola dos meus sonhos. São Paulo: Instituto Paulo Freire, 2019
NOSELLA, Paolo. Educação no campo: origens da pedagogia da alternância no Brasil / Paolo Nosella. Vitória: EDUFES, 2012. 288 p.: il. – (Educação do campo. Diálogos interculturais).
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